Pelas bocas
falamos o que pensamos
e o que é conviente,
e o que é conviente,
cuspimos o que faz mal
acariciamos com palavras doces
agredimos com palavras duras
engolimos desaforos e
mordemos o desconhecido.
Pelas bocas
conhecemos o outro
desconhecemos a nós mesmos
gritamos a indiferença e
calamos a injustiça.
Então o elo com braços, costas,
mãos, testas, pés e bocas...
Acariciamos com os lábios o velho,
a criança, o preto, o branco, o rico ,
o pobre, o cristão, o ateu,
o alienado e o politizado.
Por amizade, por paixão
por respeito, por amor
e por tesão.
Tão somente por isso,
o beijo é o ato mais sublime da boca