segunda-feira, 22 de julho de 2013

Pelo direito ao fracasso

Não tenho namorado
não falo inglês fluente
não tenho peso ideal
não ganho salário decente

Roupa nova não é todo mês,
pintar as unhas não é prioridade
às vezes é a sobrancelha
quem faz o seu próprio desenho

Uso sutiãs furados, tenho meias encardidas
meu quarto é verde, não rosa
Tem dias que a cara é crua
nenhum batonzinho para “animar”

Choro todas as lágrimas
ainda que não seja de bom tom
Não obedeço sem questionar
bebo vinho vagabundo, escancaro os dentes, solto palavrões, caio e levanto

E esses dedos e olhos tortos que me apontam
de nada me doem, nem chuviscam
Vocês leem todos os manuais e continuam sem entender...
Eu rasguei todos, prefiro fracassar

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Um de nossos problemas

Quantas portas deixamos de abrir
Quantas pessoas deixamos ir
enxergando apenas a couraça,
muito pouco do coração

Quantos olhos deixamos passar
por querer dar nome à tudo,
escrever um manual
Encaixotar o mundo...

terça-feira, 9 de julho de 2013

Verso sem pressa

Achado o caminho, não corra
trilhe olhando e vivendo tudo
De que vale engolir o mar
sem ter aprendido a nadar?