Ergo a cabeça de leve e pouso os olhos no parapeito da janela do barraco. Lá está ela. Lá estão elas. Tia Izidra e sua garrafa.
Suas pernas de alicate, brevemente flexionadas, empurram a barriga para frente, os olhos fitos no teto miram o mofo, seus dedos enlaçam a carcaça de seu eu líquido.
A goela de súbito se abre. Recebe as enxurradas, é planta ávida por água.
Cria asas e sai chutando. Estufa os peitos moles que balançam trôpegos, a cana é toda Izidra.
Sai pela rua mesclando ferocidade e doçura. Para. Mergulha nos olhos dos outros, ninguém quer ser invadido, mas invadem a cara de minha Tia Izidra, com os dedos enrolados na palma da mão.
Lambendo o asfalto o sal da lágrima tempera a vida. Os sulcos vermelhos compõem a coragem de ser mais um dia.