Bancos vazios passam
de quatro em quatro
uma cabeça dirige sem pensar
visível
carros seguem sem me olhar
Em todas as placas a mesma inscrição:
Carona não!
Poesias Angelinas
quinta-feira, 7 de maio de 2015
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
Proibições
De madrugada
despejam entulhos
onde se lê:
“Proibido jogar lixo”
Na parede da escola
esfregam-se os estudantes
Depois do vinho
é cortado o pescoço do amante
Nas rodas mais alegres
o cigarro dança de mão em mão
Nos mercados
biscoitos sufocados são levados
Em frente ao banco
o policial faz os olhos do bandido
No carnaval
a alegria é negociada antes
O coroinha sonha com a batina
jogada no chão, padre nu
Nos muros
escrevem recados apressados
Da porta que sai o marido
entra o amigo
A criança sorri a Cosme Damião
e come os doces que lhe dão
Proibições
existem
mas vive-se sem elas
“Proibido jogar lixo”
Na parede da escola
esfregam-se os estudantes
Depois do vinho
é cortado o pescoço do amante
Nas rodas mais alegres
o cigarro dança de mão em mão
Nos mercados
biscoitos sufocados são levados
Em frente ao banco
o policial faz os olhos do bandido
No carnaval
a alegria é negociada antes
O coroinha sonha com a batina
jogada no chão, padre nu
Nos muros
escrevem recados apressados
Da porta que sai o marido
entra o amigo
A criança sorri a Cosme Damião
e come os doces que lhe dão
Proibições
existem
mas vive-se sem elas
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
Outras palavras
As avenidas não são como os becos
que deixam seus tijolos à mostra
Precisam ser turísticas na fotografia
Quantas delas compridas e bonitas
imponentes como o mar
mas sempre tão cheias de nó
Muito diferente da floresta
Os pássaros, cravos e riachos
tratam de nos unir à fonte
dar o elo com a natureza
Veja a árvore, há uma mensagem!
Em meio ao que nos fortalece
não quebramos como vidro
não somos vítimas da tesoura do outro
que deixam seus tijolos à mostra
Precisam ser turísticas na fotografia
Quantas delas compridas e bonitas
imponentes como o mar
mas sempre tão cheias de nó
Muito diferente da floresta
Os pássaros, cravos e riachos
tratam de nos unir à fonte
dar o elo com a natureza
Veja a árvore, há uma mensagem!
Em meio ao que nos fortalece
não quebramos como vidro
não somos vítimas da tesoura do outro
quarta-feira, 7 de janeiro de 2015
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
Capitão Coração
Quero
saber
Se quando pouso em sua mente
Te preencho como um céu azul
Como um mar que avança
Um rebuliço que não se cansa
Se quando pouso em sua mente
Te preencho como um céu azul
Como um mar que avança
Um rebuliço que não se cansa
Diga
que dei férias ao seu cérebro
Que agora ele está em Cancun
Que agora você é todo emoção
Tem como capitão o coração
Que agora ele está em Cancun
Que agora você é todo emoção
Tem como capitão o coração
Diga
que invado suas noites
seus banhos as gavetas
os livros o drama das novelas
os jornais os quadros em aquarela
seus banhos as gavetas
os livros o drama das novelas
os jornais os quadros em aquarela
Diga
que concorda com Drummond
que as tardes seriam mesmo azuis
não houvesse tantos desejos vermelhos
que as tardes seriam mesmo azuis
não houvesse tantos desejos vermelhos
Diga
que você tem vivido assim
Diga, fique à vontade
Não é possível
Alguma coisa me diz
Diga, fique à vontade
Não é possível
Alguma coisa me diz
Morto Alegre
Meu Deus, que susto!
O esfarrapado me sorriu,
com os olhos miúdos
de tanta cachaça
Na saída do metrô
um morto de fome
alegre
A roupa escura
não pode mais
esconder a sujeira
De cabelos brancos
sebentos em ninho
aqueles cavacos
amarelos a apontar
Paralisar
Com seu restinho de vida
ele me sorriu
não retribui
O esfarrapado me sorriu,
com os olhos miúdos
de tanta cachaça
Na saída do metrô
um morto de fome
alegre
A roupa escura
não pode mais
esconder a sujeira
De cabelos brancos
sebentos em ninho
aqueles cavacos
amarelos a apontar
Paralisar
Com seu restinho de vida
ele me sorriu
não retribui
terça-feira, 11 de novembro de 2014
Choro do abandonado
Você e esse amor tardio
Quando tudo já passou
Dorme mal, come pouco
Soprando as cinzas do que sobrou
Quando tudo já passou
Dorme mal, come pouco
Soprando as cinzas do que sobrou
Não adianta os teus poemas
Eu te estendi o corpo e a mão
Você dormiu, torceu meus dedos
Dizia se tratar de leviana paixão
Eu te estendi o corpo e a mão
Você dormiu, torceu meus dedos
Dizia se tratar de leviana paixão
Ouço o choro do abandonado
De longe, por entre prédios e carros
Bêbado, falante, transtornado
De longe, por entre prédios e carros
Bêbado, falante, transtornado
Você pensou, não pulou no rio
Agora não há pulo, não há rio
De que serve um amor tardio?
Agora não há pulo, não há rio
De que serve um amor tardio?
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