terça-feira, 3 de julho de 2012
Dança da cadeira
Sou um corpo sentado numa
cadeira que pertence a um agrupamento uniforme de outras cadeiras. Todas
vazias. Um café me faz companhia, mas logo segue o seu destino. As pessoas
passam e me passam os olhos, com suas caras moles lamentando a minha solidão
que também é delas. Eu observo o mundo de fora e sei que ainda assim ele me
devora. Sem fome, como qualquer coisa pra preencher um vazio. Troco de calçada e
me junto a outras cadeiras. Os olhares não mudaram. Nem eu mudei de lugar.
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Eis aí a nossa condução humana: solitário mesmo estando acompanhado.
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