Dizem que a solidão é ocasião,
uma visita inesperada
um tropeço, uma criança que cai
Mas como o vento, vem e vai
É a cobra cega que finge não ver
o rastejar lento a me procurar
o pé da mesa espremido
a xícara envolta, o mergulho
O café das manhãs
os passos arrastados
o que engulo, o que cuspo
o que habito em mim
Não deita nos caminhos
recolhe-se aos cantos, é silenciosa
Cobra o que a gente acredita
e não consegue viver
Cá está ela fitando o poema
dou de ombros
dormimos
Ao amanhecer, eis o primeiro bom dia
Logo procurarei o livro...muito bom!
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