quarta-feira, 12 de junho de 2013

Solidão

Dizem que a solidão é ocasião,
uma visita inesperada
um tropeço, uma criança que cai

Mas como o vento, vem e vai

É a cobra cega que finge não ver
o rastejar lento a me procurar
o pé da mesa espremido
a xícara envolta, o mergulho  


O café das manhãs
os passos arrastados
o que engulo, o que cuspo
o que habito em mim


Não deita nos caminhos
recolhe-se aos cantos, é silenciosa
Cobra o que a gente acredita
e não consegue viver


Cá está ela fitando o poema
dou de ombros
dormimos
Ao amanhecer, eis o primeiro bom dia


Um comentário: